Por Almir Nahas(*)
Não é possível a igualdade entre homens e mulheres. Se você não rosnou ao ler a primeira frase, talvez dê uma chance para o resto do texto. Me explico:
Em relação a papéis sociais, podemos sim ser iguais, mulheres e homens. Podemos viver num mundo em que os papéis sejam alternados, equilibrados de maneiras distintas de acordo com época, costumes e valores. Em relação a direitos civis, ora essa, temos que ser iguais. Mas em relação à sua natureza, às suas funções naturais e sua posição diante do grande movimento da vida, não tem como esconder uma obviedade. O que quer que o homem faça, como faça e quanto se esforce, o que cabe à mulher é inigualável.
Falo do essencial: nenhum de nós consegue vir ao mundo se não passar por dentro de uma mulher. E isso faz da mulher uma presença viva diferente do homem, seja ela mãe ou não. E que isso não seja entendido de forma simplista, como se eu afirmasse que a mulher veio ao mundo e tem seu valor restrito à competência para a maternidade. Longe disso. Mas o potencial nato para exercer essa função à serviço da vida se traduz num padrão vibratório, que faz da mulher uma presença distinta do homem. A arte de reconhecer a igualdade entre diferentes é outra coisa, mais profunda e mais potente como movimento da alma do que o esforço ideológico e improdutivo de fazer iguais quem nasceu diferente.
Essa realidade indiscutível, que está acima dos modismos, dos direitos civis e das ideologias, coloca a mulher num lugar único e muito especial. Repito: não se trata aqui de circunscrever o valor de um ser humano exclusivamente por gerar filhos ou não. Gerar e acolher uma vida, ser responsável por sua manutenção no período inicial, de maior fragilidade, esta é uma dádiva da natureza, diante da qual cabe ao homem um papel indispensável, mas secundário.
Não há nada que uma criança, como um filhote de outras espécies de mamíferos, necessite mais, para ter a chance de nascer e sobreviver, do que Amor de Mãe. E quando essa mãe ama e respeita o pai, e sente-se amada e respeitada por ele, o Amor de Pai tem seu lugar devida e honrosamente ocupado. Não há espaço vazio. Quem tem esse Amor tem tudo para abraçar o êxito, ser feliz e realizar um bom trabalho para melhorar a vida em todos os sentidos, a sua e a dos outros. Já é rico e próspero logo de saída.
Amor de mãe é específico, é doador universal. Toda mãe dá tudo pela vida que gera. Tudo o que tem. Se tivesse mais, daria mais. Muitas vezes constatamos, com as Constelações Familiares, que mães são capazes de dar o que não tiveram, dar mais do que receberam, fazendo pequenos milagres para melhorar a qualidade da vida de seus descendentes.
Ela doa cálcio, seus dentes e ossos enfraquecem, e ao gerar e nutrir a vida futura, ela olha a morte um pouco mais de perto. O parto em si é um momento extremo, marcante, inesquecível para quem gera.
Portanto, não me venham com essa ideia de que somos iguais, homens e mulheres. Nos completamos, em muitos níveis e aspectos. E existe o lugar do homem nessa complementariedade. Mas hoje o assunto não é esse. Hoje o momento é de convidar a uma reflexão, uma reverência à natureza e a como ela se manifesta no feminino e o que se pode melhorar no respeito e na defesa ao feminino, seu potencial suas necessidades e especificidades.
(*) Almir Nahas é Jornalista, Terapeuta sistêmico e instrutor de Constelações Familiares.