Dizer SIM para o que passou, para alguém ou para uma situação X é a única possibilidade real de ficar livre e seguir em frente. A liberdade, o bem mais precioso, é rara por isso mesmo. Aceitar – mesmo – tudo o que me aconteceu ontem, inclusive o que não aconteceu, é curvar-me diante do que é maior que eu, a grande e única realidade. Se acho isso certo e reconheço que é melhor pra mim, o que me segura então?
Se há distância entre intenção e gesto, disso nem tenho culpa, mas posso reconhecer e empenhar um sincero esforço para me harmonizar com o que foi, como foi, com quem foi. Foi. SIM, tá bom, ok, o que foi já era, e não há era, por mais nova, que possa trazer de volta. Se vier de novo, será novo, e posso ver, livre do ontem, o que faço hoje com o que vem.
O som do SIM, vibrando em mim, traz leveza, abre espaço, mata a morte e sopra forte, estufando a vela aberta que eu sou, e fazendo tremular a já velha bandeira da vida.
Difícil dizer sim? Sim. Mais difícil do que parece. Muito mais fácil não dizer. Se algo foi mal, fácil é lutar pra esquecer, parar de pensar, colocar uma pedra em cima. Fingir que não foi. Pra dizer sim e ouvir em si o SOM, é preciso alguma habilidade, alguma elaboração, uma boa capacidade de aceitação. Quando a gente chega ao SIM, a gente cresce. E abraça tudo da situação, da pessoa, do contexto todo, da história. O SIM nem perdoa, nem supera, nem tolera, nem nada. O SIM se basta, é pleno, absoluto, simples e libertador. Gente do novo tempo tem habilidade pra dizer mais SIM do que não dizer…