A razão do insucesso é simples: pensar uma coisa, sentir outra, sair fazendo antes de alinhar as duas anteriores. Geralmente dá errado, ou no mínimo percebemos que poderia ter sido melhor, quando olhamos para o que foi feito sem esse simples alinhamento. Nos momentos de plenitude, de brilho, de excelência, como se diz, “estamos inteiros” na ação: pensamos, sentimos e agimos como um indivíduo – uma unidade indivisível.
É então muito simples acertar sempre. Basta ampliar a auto-percepção e identificar os efeitos de tantos estímulos que nos rodeiam em cada momento de um dia. Estamos o tempo todo dizendo “Sim” ou “Não” para tudo o que acontece, dentro e fora de nós.
Se minha razão diz “Sim”, mas minha alma diz “Não”, e eu me permito reconhecer esse embate para orientar a melhor escolha, preciso pelo menos “respirar” a dúvida. Uma pequena pausa pode ser suficiente para reconhecer que estou dividido, sinal amarelo piscando.
Também posso simplesmente aceitar, sem refletir, que um dos hemisférios do meu cérebro manda no outro. Os extremamente racionais, analíticos, cognitivos, são “duros” com suas emoções, não dão espaço para elas. Os extremamente emotivos, ao contrário, costumam, como se diz, “agir sem pensar”. Ambos correm o risco de arrepender-se.
O equilíbrio está no centro. O centro é leve. Dali se pode ver o todo, e se pode respeitar igualmente razão e emoção, identificar o que é bom e o que é certo, para agir então acertando na forma, no conteúdo, no momento. A ação centrada é ecológica: economiza energia, evita desgastes, dá menos trabalho no final de tudo.
Experimente prestar um pouco mais de atenção da próxima vez que estiver diante do Sim e do Não, e se sua lógica quiser o Sim mas isso der um “frio na barriga”, pare um pouco, respire, encontre-se no seu centro e dali decida quem está mais certo desta vez. Porém, se a lógica ou a emoção vencerem sempre, desconfie de si mesmo.